Chocante e admirável, foram essas palavras que surgiram em minha mente assim que minha visita à Casa de Anne Frank terminou, no fim de tarde do rigoroso inverno em Amsterdã. Eu conhecia pouco sobre a história da menina alemã e judia que escreveu um diário durante os dois anos em que ficou escondida no anexo acima dos escritórios da empresa do pai.

A visita autoguiada permite aos visitantes descobrirem, em seu próprio ritmo, a história da estreita casa construída no século XVII. Otto Frank, pai de Anne, mudou seu escritório para o endereço à beira do canal e o dividiu em três seções. A visita começa pela entrada e despacho de produtos, em seguida a sala do moedor de especiarias e, ao fundo, o armazém onde os artigos eram embalados para distribuição, no piso térreo. Uma escada leva ao primeiro andar, onde trabalhavam Otto e seus funcionários. Fotos da época, depoimentos e trechos do livro preenchem as salas vazias, assim deixadas propositadamente, a pedido de Otto Frank, para que todos que ali passassem compartilhassem da mesma dor, sentimentos e experiências vividos na casa.