Pastéis de Belém em Lisboa, onde comer o original. Foto: Adriana Lage

Pastéis de Belém em Lisboa: onde comer o original

O único e verdadeiro lugar onde comer os originais Pastéis de Belém em Lisboa é na antiga Fábrica dos Pastéis de Belém. Assim como apenas a região francesa de Champagne pode chamar o espumante de Champagne e a italiana Parma pode chamar seus presuntos como tal, em Portugal a marca registrada do doce conventual mais famoso do país pertence a esta fábrica.

No entanto, toda padaria, pastelaria, confeitaria, café e até as praias do país ostentam o tradicional doce português em suas vitrines com outro nome, Pastel de Nata. Aliás, eles não seguem a mesma receita. Segundo os portugueses, Pastel de Nata é uma coisa, Pastel de Belém é outra. Eu se fosse você, viria e tiraria a prova pela própria experiência!

Não gosto de falar que tal lugar é ponto obrigatório de parada para quem visita um destino xyz, tanto que em minha primeira visita a Lisboa, há 3 anos, não parei aqui porque era durante o dia e a fila estava enorme. Quem me conhece sabe que não entro em fila para comer e pulei a confeitaria do meu itinerário sem dó.

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Agora revisitando a cidade, aproveitei um fim de tarde de passeio pela LX Factory ali perto com uma amiga que queria comer um doce e fomos lá.

Vou falar pra vocês… a massa-base do Pastel de Belém é a mais crocante que eu já provei na minha vida e a combinação com o creme doce e aveludado é dos deuses! A receita centenária ainda é fabricada artesanalmente – leia-se feito à mão -, sobrevivendo à tecnologia do mundo moderno. O segredo deles? Está guardado a sete chaves e nem mesmo sob tortura revelam.

Apesar da minha recente (e temporária) intolerância ao leite, não resisti e provei dois pastéis quentinhos, recém-saídos do forno, ali mesmo, em pé no balcão, assistindo à dança dos garçons trazendo os Pastel de Belém do forno para a mesa de descanso, para os pratos, sacos e embalagens até a mão dos clientes.

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História dos Pastéis de Belém

Lá no início do século XIX, os mosteiros portugueses costumavam vender doces conventuais e não era diferente no Mosteiro dos Jerônimos, em Belém, um vilarejo na época distante de Lisboa.

Com o fim do absolutismo em Portugal face ao advento da Revolução Liberal em 1820, uma série de reformas foi instaurada no país e uma delas foi a extinção das ordens religiosas e a nacionalização dos conventos.

Ao lado do Mosteiro dos Jerônimos, havia uma refinaria de cana-de-açúcar e um frade começou a vender os pastéis na venda desta empresa que acabou se tornando ponto de parada para visitantes ao Mosteiro e à Torre de Belém para comer os Pastéis de Belém, como passaram a ser chamados.

Em 1837, inaugura-se a Fábrica dos Pastéis de Belém, ao lado da refinaria, e de lá pra cá a fama só cresce. O Pastel de Belém é um dos ícones gastronômicos e turísticos de Portugal, a fábrica está aberta todos os dias do ano, atrai milhares de pessoas e cerca de 30% de sua clientela são turistas.

A única fábrica dos Pastéis de Belém em Lisboa, Portugal. Foto: Adriana Lage
A única fábrica dos Pastéis de Belém fica em Lisboa, Portugal. Foto: Adriana Lage

A “Oficina do Segredo”, onde os Pastéis de Belém são fabricados

O segredo é a alma do negócio! O provérbio português deve ter se originado aqui na Antiga Confeitaria de Belém. A empresa está nas mãos da mesma família há quatro gerações e apenas seis pessoas em todo o planeta Terra conhecem a receita dos Pastéis de Belém, feitos de farinha, açúcar, leite e ovos. São os Mestres do Segredo, funcionários antigos escolhidos a dedo pelo caráter e confiança e que literalmente levam o segredo para o túmulo. Três mestres têm acesso à Oficina do Segredo, além do gerente da casa e dois mestres já aposentados.

Chefs celebridades já tentaram persuadi-los a revelarem a receita como Olivier Anquier e Renato Freire da Confeitaria Colombo, mas saíram de lá de mãos vazias.

Como comer os Pastéis de Belém seguindo a tradição

Os portugueses recomendam fazer o seguinte conforme a tradição: Prove um pastel ao natural, quentinho, assim que sair do forno, mas cuidado para não queimar a língua!

Salpique o segundo pastel com açúcar de confeiteiro, dizem eles, e polvilhe canela no terceiro. Assim, poderá decidir qual é sua combinação ideal. Eu pulei o açúcar e comi o meu só com canela, uma das minhas especiarias favoritas.

Dicas para provar os Pastéis de Belém sem fila!

– Programe-se para ir à confeitaria após as 18h, quando as hordas de turistas já foram embora. A fábrica fica aberta até meia-noite!

– Caso você só consiga ir durante o dia, em vez de entrar na fila para pedir os Pastéis de Belém no balcão, entre e peça uma mesa. Eles oferecem 400 lugares divididos em vários salões decorados com os tradicionais azulejos portugueses em meio a labirintos de corredores.

– Aproveite para levar para casa os outros quitutes fabricados aqui: bolo inglês, salgados, biscoitos, marmelada e, se for Natal, bolo rei e bolo rainha.

Curiosidades sobre os Pastéis de Belém

A única e verdadeira fábrica dos Pastéis de Belém

Esta é a única fábrica de Pastéis de Belém que existe e o único lugar que pode chamar seus pastéis de “Belém”. Todos os outros estabelecimentos nomeiam o doce “Pastéis de Nata”.

Quantos pastéis de Belém são vendidos por dia?

A fábrica produz de 20 a 30 mil pastéis por dia, me diz o atendente e completa a frase, enquanto entrega pastéis a um cliente vizinho a mim: O recorde foi de 69 mil pastéis fabricados e vendidos no dia da maratona de Lisboa que acontecia no início do ano.

“Noiva que come pastel, não tira o anel”

O atendente também me confidenciou uma prática para os casais: Reza a tradição portuguesa que após a cerimônia de casamento, os noivos dirigem-se até a Antiga Confeitaria de Belém para saborear os doces e garantir um matrimônio duradouro. Se durante a sua visita você encontrar recém-casados por ali, já sabe o motivo!

No balcão, assistindo ao vai e vem dos atendentes na confeitaria dos Pastéis de Belém. Foto: Adriana Lage
No balcão, assistindo ao vai e vem dos atendentes na confeitaria dos Pastéis de Belém. Foto: Adriana Lage

Quanto custa um Pastel de Belém: preço

Em agosto de 2018, um Pastel de Belém custa EUR 1,10 pedido no balcão

Pastéis de Belém: horário de funcionamento

A Antiga Fábrica dos Pastéis de Belém está aberta todos os dias do ano de 08h00 às 24h00.

Como chegar à Fábrica dos Pastéis de Belém

A confeitaria fica a poucos metros do Mosteiro dos Jerônimos. Chega-se de carro, de trem ou de bondinho, desça na estação Belém.

Endereço: Rua de Belém, n.84 a 92.

Website: pasteisdebelem.pt

Dica de fotografia Adri Lage

Preste atenção na típica calçada portuguesa da confeitaria. Está escrito Pastéis de Belém em mosaicos de pedras escuras e você consegue tirar uma foto legal se for à noitinha!

A calçada em mosaicos em frente à Fábrica e Confeitaria dos Pastéis de Belém. Foto: Adriana Lage
A calçada em mosaicos em frente à Fábrica e Confeitaria dos Pastéis de Belém. Foto: Adriana Lage

E você já esteve lá provando os Pastéis de Belém? Me conta como foi sua experiência!

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Pastéis de Belém em Lisboa, onde comer o original. Foto: Adriana Lage
Pastéis de Belém em Lisboa, onde comer o original. Foto: Adriana Lage
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Tags: melhores pastéis de nata de Lisboa – onde comer pastel de Belém em Lisboa – gastronomia de Lisboa – doces portugueses

Foto de capa Adriana Lage

2 comentários sobre “Pastéis de Belém em Lisboa: onde comer o original

  1. Muito bom o seu relato … ficamos por lá pouco tempo mas você absorveu tudo com maestria ! Parabéns ! Bela foto essa da calçada que eu fiz de você

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