No mundo maravilhoso das redes sociais, é comum deparar-nos com fotos de selfies perigosas em lugares estonteantes e as notícias veiculadas na imprensa de selfies mortais. Lugares que muitas vezes nos tiram o fôlego só de olhar ou causam. A linha entre a aventura, o desafio e a fatalidade é muito tênue. Um ditado de viagem já diz: Aventura é aquela quando voltamos para casa inteiros e com saúde.
Selfies perigosas, até onde você se arrisca?
Jovens e adultos extrapolam os limites em busca da foto perfeita. São selfies mortais na beirada de arranha-céus, escaladas ilegais em pontes altas e ao topo de cartões-postais; poses audaciosas em precipícios, pedras salientes e a coragem… ou estupidez… não para por aí.


Fotos absurdas tiradas em trilhos com o trem se aproximando, vídeos feitos por motoristas enquanto estão dirigindo seus automóveis ou motos, sem falar nas inconsequentes selfies com armas apontando para a própria cabeça.
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Um homem pagou para tirar foto com uma cobra venenosa, foi picado e passou semanas no hospital tomando soro antiofídico. Resultado, uma conta de mais de cem mil dólares.
Selfies mortais, a inconsequência pela busca da foto mais ousada
Esta semana mais uma vítima soma-se à lista de acidentes fatais em decorrência dessas tais selfies perigosas. O artista plástico Pierre de Freitas morreu após escorregar e cair de um penhasco quando tentava tirar uma selfie na beira do precipício, mesmo sendo veterano conhecedor do lugar.
Em julho de 2016, a americana Colleen Burns tropeçou e caiu do penhasco no Grand Canyon após posar para uma selfie mortal de grupo durante o pôr-do-sol. Ela percorria uma trilha famosa com os amigos, a South Kaibab Trail, conhecida pelos perigos de inundação rápida, calor extremo, desidratação e terreno pedregoso na beira do precipício.
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Um mês depois, na Índia, uma menina de 11 anos morreu afogada no rio Kunhar quando tentava tirar uma selfie às margens do rio. Ela escorregou, caiu e seus pais também morreram ao entrarem na água e tentarem salvá-la. Aliás, a Índia é campeã em mortes por selfies.
Xenia Ignatyeva, uma adolescente russa foi ao extremo ao posar para a selfie perigosa abaixo sem qualquer segurança e depois despencar para a morte.

Um jovem de 34 anos encontrou um tubarão no último dia de sua lua de mel. Parou para tirar uma foto mas o tubarão não esperou. Arrancou sua perna e acabou morrendo a caminho do hospital.

Jadiel, um jovem músico de reggaeton portoriquenho fazia uma selfie enquanto dirigia sua moto e sofreu um acidente fatal.

Debates e conscientização sobre segurança para tirar selfies
Faça uma breve busca na internet e você encontrará selfies perigosas absurdas, que à primeira vista podem parecer hilárias, mas revelam a falta de noção das pessoas, quiçá de um cérebro pensante. Até a Wikipedia tem uma lista com os casos de ferimentos graves e mortes por selfies.
Nomes de peso da imprensa americana como CNN, NYT e The Washington Post já debateram o assunto. Segundo o Departamento de Transporte dos Estados Unidos, estima-se que em 2014, o ano da selfie, 33 mil pessoas se feriram por estarem dirigindo e usando o celular.
Algumas atrações turísticas e órgãos de governo já começam a criar panfletos e placas alertando turistas sobre os perigos de selfies e orientando sobre práticas seguras.
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Em 2015 a Disneyworld proibiu o uso dos paus-de-selfie em seus parques alegando motivos de segurança. Uma semana antes do anúncio, um visitante tentou usar o brinquedo em uma montanha-russa que acabou interditada por mais de uma hora.

Segundo o The Mirror, Wimbledon e National Gallery em Londres também já proibiram o uso do acessório, assim como outros lugares de eventos.
Parques Nacionais, as ações de segurança para proteger os visitantes
O Serviço Florestal dos Estados Unidos soltou um alerta público contra as selfies com ursos quando turistas encontram os animais em trilhas na selva. As pessoas não se lembram que o abraço do urso marrom (grizzly bear) não é como o do de pelúcia que fica sobre a cama no quarto.

Na mesma linha, cinco turistas já sofreram ferimentos graves ao serem lançadas pelo ar por bisões no Yellowstone National Park “só” porque eles tentaram tirar uma selfie com o bichão atrás. O parque recomenda a distância mínima de 25 metros dos animais, o que infelizmente não permite uma “selfie legal”.

Penso que o perigo atingiu outro nível com o advento da selfie e a busca pela foto ou vídeo viral. Digite a tag #dangerousselfie (selfies perigosas) no Instagram e seu feed lotará de fotos perigosas, pra não dizer inconsequentes.



Selfies famosas: o vídeo que viralizou
A fama aconteceu para outro jovem. Jared Michael gravou um vídeo enquanto um trem passava rente ao seu corpo. Levou um peteleco do maquinista mas saiu ileso da brincadeira de mau-gosto. Seu vídeo acabou viralizando, mas a que preço?

Vejo pessoas que perderam a noção do perigo e vão muito além do limite de segurança em busca de uma foto diferente, ousada, e com isso acabam virando estatística de um grupo nada agradável. Buscam o brilho e encontram a escuridão, ou então muita dor e dinheiro gasto com cirurgias.
E, mesmo que eles tenham a sorte de escapar ilesos uma vez, ninguém é gato pra esbanjar sete vidas. Fico pensando qual é o valor da vida para essas pessoas.
Segundo a psicóloga Andrea Brum Cunha, o perigo é algo que fascina o ser humano desde sempre. As situações perigosas nos apresentam um determinado prazer que, para algumas pessoas, entrar em contato com o desafio desperta o desejo de ir sempre além, podendo se perder na linha tênue entre o risco real de morrer e a possibilidade da superação.
Selfies profissionais
Nesta toada, existem profissionais que lidam com o perigo diariamente e, assim como os filmes de super-heróis, não devem ser imitados. São caçadores de tornados e furacões, apresentadores de programas de aventura e muitos outros que geralmente possuem o suporte de uma equipe técnica e de segurança que não aparecem na frente das câmeras.

Mas confesso uma coisa para vocês… fiquei com invejinha dessa selfie aqui:

E você, até onde vai seu limite de segurança para tirar a foto perfeita?
Pesquisa realizada nos sites Business Insider, The Telegraph, Wikipedia e CBS.
Inconseqüentes, infantis e sem juízo algum!
Toda radicalidade tem o seu aparelho e o seu aparato de segurança apropriado!
Exato, Gideão. Mas como alguns ficam apenas atrás das lentes, muitos nem avaliam o perigo.
É uma tristeza ver tantos jovens perdendo a vida de graça.